Consumo de ovos

Existe o mito que se ingerir muitos ovos o nível de colesterol aumentará. Como tal, é comum ouvir-se dizer que apenas se deve consumir uma a dois ovos por semana. A investigação científica tem avançado muito nesta área, contudo a opinião popular prevalece.
Vários têm sido os estudos a “deitar por terra” este mito. Num dos estudos, orientado pelo Dr. Alfin-Slater, da Universidade da Califórnia, foram seleccionados 50 indivíduos saudáveis e com níveis adequados de colesterol total no sangue. Durante 8 semanas, metade desses indivíduos ingeriram 2 ovos por dia (para além de outros alimentos ricos em colesterol, que já consumiam na sua dieta alimentar). O outro grupo ingeriu mais 1 ovo por dia, ou seja, 3 ovos por dia, durante 4 semanas e mais 2 ovos por dia nas restantes 4 semanas. Os resultados não demonstraram qualquer alteração nos níveis de colesterol no sangue. Desta forma foi comprovada uma teoria: não há relação entre o colesterol presente nos ovos e o aumento do colesterol total no sangue. Apesar dos 2 grupos deste estudo consumirem quantidades diferentes de ovos por dia e em elevadas quantidades, os níveis de colesterol no sangue de ambos os grupos não ficaram acima do normal.
No âmbito desta linha de raciocínio, foram realizados vários trabalhos de investigação que demonstraram que não existe uma forte relação entre a ingestão de colesterol alimentar e a incidência das doenças cardiovasculares. O aumento do risco de doenças cardiovasculares está normalmente associado a vários factores, entre eles o aumento de ingestão de gorduras saturadas. Muitos alimentos ricos em colesterol, não só são concomitantemente ricos em gordura saturada (ex.: bife) como ainda são cozinhados através da fritura (ex.: o ovo estrelado), aumentado desta forma, o risco crescente de ocorrência deste tipo de doenças.
O ovo é um alimento de excelente qualidade. É dos alimentos que possui uma melhor qualidade de proteínas, em termos de equilíbrio de aminoácidos. Consegue ainda ser rico em vitamina A, K, B2, B12. É uma das poucas fontes de vitamina D, a nível alimentar. Possui ainda uma grande riqueza em zinco, selénio, folatos e ainda luteína e zeaxantina. Para os tempos de escasso poder económico é perfeito, pelo preço simpático que apresenta. Vamos começar a valorizar um pouco mais o ovo na nossa alimentação e começar a optar mais pelo consumo de ovos, em particular cozidos, escalfados ou até ovos mexidos ou omeletes, numa frigideira antiaderente, sem gordura de adição, em vez do consumo exagerado de carnes vermelhas, enchidos e fumados.
Para haver uma alimentação saudável, esta deve ser completa, variada e equilibrada. Dessa forma, e se optar por evitar a fritura, os ovos podem ser parte integrante da sua alimentação.
Nota: imagem retirada daqui.

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